Países dos leitores

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sábado, 18 de agosto de 2012

-"São Luís do Maranhão"

O meu amigo Canojones, encontrou nos seus arquivos o excelente artigo que se segue e teve a amabilidade de mo enviar com a seguinte mensagem:

"Pelo seu valor de clarividência histórica, reencaminho mensagem dum amigo brasileiro descendente de portugueses açorianos - um lutador pela reposição da Verdade Histórica, um pouco (?) arredada dos manuais brasileiros."

São Luís

O caderno Turismo da Folha de S. Paulo de 5/1/98 publica uma reportagem da Agência Folha de São Luís sobre a capital do Maranhão. No breve retrospecto histórico (6 cm de coluna), o jornalista diz que São Luís é a única capital brasileira fundada pelos  franceses, que queriam criar "a França Equinocial, um pedaço da França nos trópicos" e que "só que, para infelicidade de muitos maranhenses, os franceses foram expulsos pelos portugueses em 1615."
Em poucas linhas, o jornalista demonstra a ausência de auto-estima nacional pela nossa origem. Como, infelizmente, isso não é privilégio dele, é preciso contestar e protestar.

A presença dos franceses no Brasil, como corsários, começou no início do século XVI. Em 1555, o almirante Nicolau Durand de Villegagnon, com 600 homens, pretende fundar a França Antártica. Instala-se na baía de Guanabara, e funda o forte Coligny de onde foi expulso pelos portugueses (Estácio de Sá) em 1567, doze anos depois. (Estácio de Sá só fundou o Rio de Janeiro em 1565). Diríamos, por isso, que o Rio de Janeiro foi fundado pelos franceses?

Entre 1574 e 1585 os franceses seinstalaram na Paraíba. Expulsos, foram para o Rio Grande do Norte, de ondeforam expulsos por Jerônimo de Albuquerque em 1599. Os francesesnão desistem e vão para o Maranhão onde, em 1594, já haviam estado Charles des Vaux e Jacques Riffault.
Sua presença no Maranhão durou apenas três anos (8/9/1612—3/11/1615) e deles só ficou mesmo o nome de São Luís dado à cidade e que foi preservado pelos portugueses talvez por se referir a um santo católico, embora rei de França. Não há nada a lamentar na sua expulsão. Pelo contrário, graças ao esforço luso em manter  este enorme território é que temos hoje o Brasil íntegro. Só temos que nos orgulhar e louvar o esforço e a tenacidade de figuras como a de Jerônimo de Albuquerque Maranhão — o mameluco — de seu pai, Jerônimo de Albuquerque e de Alexandre de Moura, entre outros.
Vale a pena ler a história da época da colonização do Brasil.

                                                                      Roldão Simas Filho
                                                             Brasília, 6 de janeiro de 1998


2 comentários:

  1. Texto muito oportuno.
    Parabéns ao autor e ao Arnaldo Norton.
    JPeralta

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  2. Obrigado, meu caro Professor Peralta. É sempre de registar quando se congregam esforços para, como o meu amigo Canojones disse,se repor a Verdade Histórica que tão arredada anda do ensino brasileiro.
    Os melhores cumprimentos para si, que sei que também é um paladino desta causa.

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